Poeta, padre sertanejo. Natural de Riacho do Meio - Sao José do Egito,
é autor do livro "No altar da poesia"
Irmã seca
Irmã seca
injustiçada
Venho te
pedir perdão,
Pelos golpes
e insultos
E as culpas
que te dão.
Dizem que és
inclemente
Causticante,
e renitente,
Isenta de
piedade.
Doadora de
sobejos,
Madrasta dos
sertanejos,
E mãe da
calamidade.
És da fome
promotora
Da sede
fonte perene,
A maior
acionista
Da indústria
da Sudene.
Do desespero
és a farra,
Inspiração
da cigarra,
Patrocínio
da discórdia.
Tu és causa
de gemido.
Pra
sertanejo ferido:
Tiro de
misericórdia.
Mas na
verdade irmã seca,
Tu não tens
culpa de nada.
És bode
expiatório,
De uma
política safada.
Que diz que
só faz o bem,
Roubando de
quem não tem,
Depois
usando teu nome.
Cria leis só
para alguns,
Leis que
enriquecem uns,
E matam
muitos de fome.
Não irmã, tu
não tens culpa
És um fator
natural,
No meu
nordeste tem seca
Mas é seca
de moral.
Temos uma
seca crítica
Mas é seca
de política
Que almeje o
bem comum.
E não nos dê
duras penas
Mate de fome
centenas
Para saciar
só um.
Desculpe
irmã seca insultos,
Acusas e
maldições.
Protestos
que tu recebes
Dos cariris
aos sertões.
O desespero
e a mágoa
Não são por
falta de água
E pão que a
todos comove.
É por que
gente que sonha
E politico
de vergonha
Há muito
tempo não chove.
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