A MÚSICA CHORA A DOR DA MORTE DE DOMINGUINHOS
Ontem (23/07), ao acessar a internet, deparei-me com a notícia da morte de Dominguinhos. Quanta dor a poesia e a música sentem hoje. Perde uma das maiores vozes, um dos maiores sanfoneiros da música de nossa raiz, de nosso sertão!
Em 17 de dezembro de 2012, Dominguinhos foi internado no Hospital Santa Joana, no Recife, com infecção respiratória e arritmia cardíaca. No dia 15 de janeiro, a pedido da família, foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde se encontra em coma, depois de duas paradas cardíacas.
Dominguinhos era músico brasileiro. Cantor, sanfoneiro e compositor, fez parceria musical com Gilberto Gil, Nando Cordel e Chico Buarque, Anastácia, entre outros.
Nasceu em Garanhuns, Pernambuco, no dia 12 de fevereiro de 1941. Filho de mestre Chicão, tocador e afinador de fole de oito baixos, começou sua carreira artística ainda na infância, quando formou um trio com seus dois irmãos. Seu instrumento era o pandeiro e o trio se apresentava nas feiras livres, em botequins e porta de hotéis.
Em 1948, tocando na porta de um hotel, foi ouvido por Luiz Gonzaga, que se encantou com a habilidade dos meninos e entregou-lhes seu endereço no Rio de Janeiro. Em 1954, junto com sua família, num caminhão pau-de-arara, foi para o Rio de Janeiro. Logo que chegaram em Nilópolis, Luiz Gonzaga tornou-se seu padrinho e o presenteou com uma sanfona.
Com o nome artístico de Neném do acordeon, começou a tocar nos bares, churrascarias, cassinos e boates. Em 1967, ingressou na Rádio Nacional, ano em que gravou seu primeiro disco. Passou a ser convidado para gravações e shows de cantores famosos, entre eles, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Betânia.
Dominguinhos teve como parceira a cantora e compositora Anastácia, que fez a letra de 210 músicas compostas por ele. Fez parcerias com Chico Buarque, na música "Tantas Palavras", com Nando Cordel, em "De volta pro meu aconchego" e "Isso aqui tá bom demais", com Gilberto Gil, nas músicas "Lamento Sertanejo e Abri a porta", entre outras. Com diversos discos gravados, com seu característico chapéu de couro, Dominguinhos se apresentava por todo país, tocando com sua sanfona, o forró, música típica do Nordeste do Brasil.
Em sua homenagem, escrevi o seguinte:
Hoje parte
da música silencia
E Gonzaga te
espera sorridente
Pois, pra
ele, tu foste, certamente,
Uma parte da
sua maestria!
A sanfona
foi tua poesia,
Companheira com
tanta lealdade...
Os teus
dedos fizeram, na verdade,
Junto à voz,
melodia do Sertão...
E o teu
canto, só a voz do coração,
Balbucia a
canção de uma saudade!
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