domingo, 3 de junho de 2012

Dedé Monteiro


Soneto de Revolta

Que culpa tenho de ser diferente?
Amar as artes, por ventura, é crime?
Tudo é mutável , e o irreverente
Não se acostuma com qualquer regime.

Contra a vontade rude e indiferente,
Eu sou amante do sagrado time
Que empresta a alma, sofre, cria e sente,
E se sente nojo do poder que oprime.

Aprendam isso: gente não doma.
Pichem meu nome, rasguem meu diploma...
Aceito tudo com tranqüilidade.

Se acharem pouco, cubram-me de lodo,
Cortem meu riso, me excomunguem todo,
Mas não me toquem na dignidade!

( Dedé Monteiro)

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