domingo, 13 de junho de 2010

POETAS FAZEM HOMENAGEM A DINIZ VITORINO


A poesia nordestina perdeu, semana passada, um dos maiores poetas repentistas: Diniz Vitorino. Paraibano de Lagoa de Monteiro, Diniz gravou 2 LPs e 1 Cd, participou de vários festivais de violeiros, conseguindo 23 primeiros lugares. Publicou 4 livros de poesias, três romances e vários córdeis.
Aqui, a homenagem a esse vate imortal da poesia:

Naturais, Eruditos ou Barrocos,
Todo estilo acentava pra Diniz.
Outros astros pra terem seus perfís,
se acaso existir, existem poucos.
Como todos os gênios que são loucos,
ele tinha uns sintomas de loucura...
Pra poder ter direito à sepultura,
pelas mãos de terceiros foi comprada...
A viola no torno, a voz calada,
E uma mancha de luto na cultura
(Diomedes Mariano)

De repente, uma nota triste diz:
“O agreste ficou sem seu Diniz,
Lourinaldo ficou sem seu irmão,
O repente ficou na contramão
E o nordeste ficou na amargura”.
Dos seus versos repletos de doçura,
Resta, agora, depois do tudo ou nada,
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura.
(Dedé Monteiro)

Que o Poeta Diniz foi genial
Não precisa que’u diga, nem que’u mande.
Eu só sei que o seu verso era tão grande
Que cabia apertado no plural.
Seu pensar lapidado e natural
Fez de cada poema uma moldura
Pra deixar a imagem da ternura
Como a sua viola pendurada.
A viola no torno, a voz calada,
E uma mancha de luto na cultura.
(Zé Adalberto)

Quantos versos de amor deixou escritos,
Quantas vezes a mãe já exaltou.
Muitas vezes sofrendo por amor,
Escreveu uns sonetos tão bonitos!
Tantos versos pensados e não ditos,
Representam, talvez, a alma pura
Do poeta tão cheio de ternura,
Mas que hoje já não escreve nada.
A viola no torno, a voz calada
E uma mancha de luto na cultura.
(Veronica Sobral)

Imortalidade


Ontem mesmo encontrei um certo amigo,
Mas o “papo” não foi muito feliz.
Ele disse da morte de Diniz
 E eu voltei feito um louco ao meu abrigo...

No caminho eu pensava, só comigo:
“Não, não pode ser sério o que ele diz.
E se Deus, lá no céu, for bom juiz,
Não dará à poesia tal castigo.”

Já em casa notei que era mentira
Pois seu livro, que eu tenho, não sumira
Duma estante de livros bem seleta...

Então, calmo, pensei: “cabra atrevido,
Quem falou que Diniz tinha morrido,
Não conhece a grandeza do poeta!”
                         (Vinícius Gregório)

Um comentário:

Anônimo disse...

Veronica,que lindos os versos para Diniz Vitorino, um contraste com mais uma grande perda para a poesia nordestina.
Abraços.
Mõnica Cordeiro